Saturday, January 16, 2016

ver passar navios

Há alguém que saiba o que anda para aqui a fazer? Aqui, na vida, leia-se.

É que eu cá não faço ideia. E nem é não fazer pequena ideia. É a mínima. Não faço a mínima ideia. Tenho (praticamente) 25 anos e ando a ver passar navios. Um quarto de século ainda não me deu sabedoria suficiente para saber o que ando para aqui a fazer. Ou para descobrir o que quero fazer. Ou onde quero ir. Ou que navio apanhar. Se calhar ainda apanho é uma caravela. Ou um submarino. Um submarino era interessante, lá pelas profundezas das almas insondáveis. Que poética agora. Era isso sim. Uma viagem de auto-descoberta a bordo de submarino para me encontrar, e a seguir logo entrava no navio certo. Num navio? Se calhar num avião.. E depois do avião numa nave espacial... E depois da nave espacial... Ó gente, um mundo de ínfimas possibilidades! Mas porquê tanta escolha? Diz-me lá ó Tu, porquê?? Estas opções modernas só servem para apoquentar as cabeças das pobres pessoas de (praticamente) 25 primaveras. Ó belos tempos em que a escolha era se ia primeiro dar comida às galinhas ou ir lavrar a terra. Agora são os cursos, são os empregos, são os países, são os salários, é isto e é aquilo. Ficava na aldeia e pronto, acabavam-se as decisões difíceis. Ó mundo, porque é que te tornaste mais pequeno? Agora se eu quiser ir viver para fora, posso! O ultraje! Já viste o que me fazes? Se começar a pensar em ir lá para fora também tenho que pensar na minha família, nos meus amigos, na minha renegação ao meu doce Portugal. Ó, e como é belo este meu Portugal. Não era por muito tempo, eu sei, seriam só uns aninhos no máximo. Mas um sol como o nosso não há em mais lugar nenhum. E os nossos pastéis de nata também não. Vá, e o bacalhau - só para não dizeres que não sou uma portuguesa que se preze.

Bom, para não variar, a divagação corrompeu os meus pensamentos.

Vou ali para o Tejo, ver passar os navios.      

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