Saturday, January 14, 2012

Ouviu ser chamado um nome. Pareceu-lhe ser o seu, mas não tinha a certeza, como haveria de saber com certeza se era o nome dela que chamavam, no meio de todos aqueles chamamentos de nomes, nomes de coisas, nomes de pessoas, nomes d'isto e d'aquilo? Era isso, não tinha a certeza se era o seu nome que havia sido chamado e não tinha sequer como saber. Decidiu retomar o seu caminho, até porque já estava atrasada e a sua presença era necessária noutro local, mas e se foi o meu nome que realmente chamaram? Podia estar a perder sabe-se lá o quê, vindo sabe-se lá de onde, dado por sabe-se lá quem! Procurou então no meio das frases, no meio dos nomes das coisas, dos nomes das pessoas e nos nomes d'isto e d'aquilo. Nada. Procurou depois nas palavras, nas frases, até nas exclamações tentou encontrá-lo. Mas que raio.. Já não importava que o nome tivesse sido proferido em conjunto com tantos outros nomes, nomes de coisas, de pessoas, d'isto e d'aquilo, nem que não havia como saber ao certo que tinha sido o seu nome a ser o chamado. Não, já não importava. Mas é que eu tenho a certeza que ouvi o meu nome!

1 comment:

marianamagg said...

Isto fez-me pensar, e acho que percebo o que to fez escrever.
Às vezes ouvimos mal de propósito, como se não fosse nada connosco. Porque temos medo de ir para sítios estranhos? Ou então não conseguimos mesmo perceber, e depois ficamos com pena... Temos que tomar mais atenção a nós mesmos e às vozes que nos chamam. Pode ser importante, "Podia estar a perder sabe-se lá o quê, vindo sabe-se lá de onde, dado por sabe-se lá quem!"...