Monday, May 24, 2010

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http://fotos.sapo.pt/ZGmiWOuzU6HmOZWnK0JN said...

Um dia, um pequeno escuteiro decidiu dar a volta ao mundo, a fim de descobrir a sua casa. Não um sitio, em que tivesse de se adaptar mas sim, que parecesse feito para ele, de tal forma, que todas as paisagens, todos os bancos de jardim listados, ou a intensidade da Lua, lhe fossem terrivelmente familiares.

Assim, um dia pela rua fora onde morava, partiu.

Tanto viu que nem imaginam! Alias nem eu – narrador desta história de devaneio – imagino. Foram longas estradas, indetermináveis horizontes, incontáveis castelos sem reino... um infindável mergulho no novo, mas nunca no seu.

Um dia, cansado, sentou-se num rochedo, á beira da estrada de uma população, fitando apenas a Lua. Pousou a cabeça na palma das mãos – como se de algo espera-se – e cantou a mesma canção, que entoava em casa á janela do seu quarto.
Parou, ainda não tinha chegado a meio. A melodia tinha mudado, o tom da sua voz não era igualmente doce. Era agora uma voz forte, mas sem profundidade. Naquele dia, naquele desconhecido, que antes sonhara ser tão conhecido, a canção era um simples monólogo.


Sabia que pouco faltava, para que a sua viagem o fizesse voltar ao ponto de partida, mas os seus pés recuaram, a mala caiu e a sua marcha teceu um regresso no ar.

Hoje, deste banco listado da rua do menino, consigo vê-lo no conforto da sua janela a embalar a Lua…a sua.

A minha? A minha paira no mesmo Céu, mas é fixa noutro olhar, no meu...isso? Isso muda tudo...