- Quem és tu?
- Quem sou eu?
- Sim, quem és tu!
- Eu sou eu. E tu, quem és?
- Eu sou a Alice. Mas quem és tu?!
- O que é que isso importa? No fundo, eu sou tu, e tu és eu. Somos todos iguais. Carne, osso, células. Tu és eu e eu sou tu. Eu, tu, ele, ela. Nós, vós e eles. Somos todos o mesmo.
- Está certo, mas mesmo assim, quem és tu?
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Por vezes, apetece-me sair por aí de raiva na mão, a fim de ceifar a Humanidade!
Numa rua larga, ganhar balanço, ao correr de forma desordenada, e atacar com uma pancada seca, cada um dos que pisam a mesma calçada que eu. Numa vontade de sentir as minhas mãos, fazendo parte integrante de cada corpo, ao som de uma melodia de dor.
Quero saber quem são todos eles, por baixo de toda aquela maquilhagem tão malabarista. Que gestos teatrais e forma de andar ensaiada, num qualquer salão de danças, são aquelas que em silencio fito.
Eu e o meu cansaço, sentados no limite de um degrau, pensamos no quão suicida é aquele impulso. Querer matar a Humanidade para na realidade, me esquartejar a mim. Quero aniquilar o que é meu, o que pertence aos meus olhos, esvaindo em sangue o meu espelho.
Ao olhar me num reflexo de agua límpida, vejo-te.
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